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19/02/2018

O corpo



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O corpo

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As coisas próximas
ocupam espaço
e o corpo esbarra 
nelas.
O corpo necessita 
do alimento.
As coisas somente
ficam - ali - paradas
no meio do caminho.
Livrar-se das coisas
é o que mais o corpo
quer.
O corpo insiste em conviver 
junto às coisas,
mas ele sabe 
que um dia
tudo se acaba.
Os elementos se transformam.
A saída é pela porta da frente.
O tempo dos sonhos
é passado
aguardando 
um novo tempo.
Vem aqui!
Dá tua mão!

                                     MReis

Fotografia: Marli Reis

05/02/2018

O caminho



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O caminho

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Pudesse encontrar a estabilidade fora,
estaria encontrando muros.
Pudesse encontrar muros,
teria a visão cortada.
Não veria os jardins
além do muro.
Não encontraria outra coisa
que não fosse o intransponível.
Nem poderia olhar para trás.
A paralisia diante do muro seria indescritível.
Onde estaria a liberdade?
No olhar para dentro.
No encontro de si consigo.
No abraço do céu de luz e calma.
Na estrada sem muros.
Nas pedras transponíveis
do caminho.
Esse caminho 
que se caminha só
com a certeza
de estar
com todos.

                                              MR
*

Fotografia: Marli Reis

21/01/2018

O tempo



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O tempo

As horas estão ali
na parede branca
em sua frente
marcando o tempo,
que passa sem pedir licença
chamando seu nome.
Nome, nome, nome...
Lá vai o tempo
ensinando o que é próprio
e singular, dele!
Marcando o dia...
Se é noite,
dorme e sonha.
Se é dia,
lembra e sonha.
Se é Natal,
festeja e sonha.
Se encontra o sol,
magnífico,
aguarda e sonha.
É sábio o tempo!
Torna maduro o fruto
que antes era 
semente, célula.
Dorme e sonha.


***

Fotografia: Marli Reis
Imagem: UNIFOR - Universidade de Fortaleza

20/01/2018

As perguntas

UNIFOR - Universidade de Fortaleza
Fotografia: Marli Reis

-***-


As perguntas

As perguntas que chegam
trazem recortes do passado,
onde os trilhos não tinham marcas,
onde nem o sol
nem a chuva
aquietavam as andorinhas,
onde o amor não tinha abrigo.
Mas as perguntas insistem em não calar.
Por onde andava nobre alma?
Que braços são esses teus?
Que ombro se mostra amigo mais do que esse?
Se é para frente que repousa o olhar,
onde deixou parado o pensamento?
Vem, doce água luminosa!
Vem, sossega a lágrima!
Adivinha os desejos!
Realiza os sonhos!
Mas balança o galho
que antes era ramo
e permite que a flor
se transforme e alcance
o céu.


                                         
***