Foto: Marli Reis
Saudade, companheira fiel dessas horas impróprias,
leva meu devaneio a passear por onde só o coração
conhece os atalhos para os encontros.
Leva - minha saudade - tudo que tenho
para nada faltar na chegada!
Leva as cores flutuantes do que vi,
leva o orvalho das manhãs embriagadas de sonhos,
leva a claridade dourada das tardes de domingo,
leva as noites tão cheias de vaga-lumes cintilantes!
Só não leva esse nó que aperta a voz cansada
de tantas perguntas irrefletidas.
Ali repousa um estado de quem não sabe ainda
tratar um coração exultante, uma lágrima fugidia.
Mas junte a isso um sorriso de vitória,
desses de quem conquista uma hesitação.
Nesse lugar, uma homenagem gravada na lembrança:
aqui vive, fascinado, o amor.
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