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29/07/2011


"Quando o sol entra"
Fotografia: Marli Reis

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Outros contextos...


OBRA POÉTICA:

As Duas Flores

Castro Alves

São duas flores unidas,
são duas rosas nascidas
talvez no mesmo arrebol,
vivendo no mesmo galho,
da mesma gota de orvalho,
do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas,
das duas asas pequenas
de um passarinho do céu...
como um casal de rolinhas,
como a tribo de andorinhas,
da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
que em parelha descem tantos
das profundezas do olhar...
como o suspiro e o desgosto,
como as covinhas do rosto,
como as estrelas do mar.
Unidas... Ai! Quem pudera
numa eterna primavera
viver, qual vive esta flor:
juntar as rosas da vida
na rama verde e florida,
na verde rama do amor!
"Antônio Castro Alves - Um dos maiores poetas braileiros, nasceu em Curralinho, Estado da Bahia, a 14 de março de 1847 e morreu a 6 de julho de 1871, (...) genial poeta romântico do Brasil." (Fonte: Livro de Maximiano A. Gonçalves, Língua Pátria, 31ª ed, 1965)

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15/07/2011

Traçado

 "Eu vi"
Fotografia: Marli Reis

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Estimados participantes deste site, e visitantes anônimos, estarei postando alguns poemas de autores bem conhecidos e outros talvez nem tanto, poemas que me seguem por esta silenciosa encruzilhada da vida para que possam tecer considerações, se assim desejarem, tanto no âmbito apenas dos pensamentos, ou escrita, ou até mesmo contibuindo com poemas que gostariam de deixar aqui, entre nós. Portanto, além das minhas postagens, a partir de agora, e por algum tempo, compartilharei alguns autores, iniciarei por Carlos Drummond de Andrade. Boa leitura!

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Traçado


Dei dois passos
de esperança
na noite
do dia
que foi longo...

Parecia
eterno
no limite
das horas.

Era para ser
tua mão
acenando 
para o menino.

Não está tão longe,
tem formiga
carregando a pétala
sem se importar
com os riscos.

Por Marli Reis


***   


Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

                             Carlos Drummond de Andrade 





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06/07/2011

Canto

Flor do Maracujá
Fotografia: Marli Reis

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Canto


Encontros 
e o quase
não reconhecimento
da verdade
universal.


Um olhar profundo
encoberto de sol,
palavras contidas
num gesto
de quem sabe o que quer.


A pele desliza
sobre o acaso...


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