Fotografia: Marli Reis
Transparece na alma leve
a suavidade das águas
dos rios,
a sensatez dos ninhos
dos pássaros,
a ternura da brisa
em dia claro
de sol.
Do outro lado,
o corpo atento,
sentado, aguardando o trem
na estação sem cores definidas.
Em volta, o vento
carregando folhas secas,
girando.
Bastou a leveza se mostrar
para que a chuva caísse
e os botões de flores
se abrissem
e o milho verde pipocasse
na panela de barro,
virando doce a presença.
Traz a chuva novamente!
Deixa o braço por perto!
Fala das estradas
por onde o tempo descansou!
Ensina a ouvir as cigarras
ao entardecer.