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26/03/2019

As ondas



*

As ondas

*

Você ouve um som
e lembra das flores
brancas na mesa
a espera do teu corpo
debruçado para sentir
o beijo das pétalas
e a tua boca em silêncio
a repetir o gosto
do passado naquele
canto dos galhos
em flor de todas as cores
de amores,
de abraços,
de carinho
na ponta dos dedos
das mãos em aceno
cor de rosa
onde os espinhos
resultaram inúteis
por causa das pegadas
apagadas pelas ondas
do mar
de azul,
de céu,
de estrelas
perdidas
para te encontrar.

                             MR



Fotografia: Marli Reis, flores em Guaramiranga

A onda



*

A onda

*

Começa por querer rimar
teu nome.
Essa busca não existe,
não há comparação.
Se buscasse um eco 
já seria a solução.
Vem sem medo,
só há movimento
entre amigos
nas montanhas.
Repara nas rodas
e atrito nas pedras...
Ninguém pode 
impedir teu mergulho
nesse mar,
esse mar é teu
e balança para te
embalar
mesmo quando
nenhuma onda
se mostra esperta
para acordar.
Vem!

                                           MR



Fotografia: Marli Reis, flores em Guaramiranga

Sementes



*

Sementes

*

Aproveita esse pedacinho
de canto na varanda
banhada de lua.
Já os bem-te-vis silenciaram.
Abrigam-se nos ninhos,
aquecem os filhos
da terra.
Logo os raios da manhã
chamarão para mais 
um dia
de procura por sementes
feitas de amor.

                                          MR




Fotografia: Marli Reis, flores em Guaramiranga

Anjo



*
Anjo

*
Era um anjo
em voo certo.
Estava anoitecendo
nessa lua dourada.
E mais uma vez
ouvi você chamar
entre frutos caídos
ao chão.
Os ninhos feitos 
e refeitos
abrigavam o esplendor
da natureza
e comungava
dessas coisas
que não se sabe ver,
só ficar em silêncio,
mais nada.

                                              MR

                 


 Fotografia: Marli Reis, flores em Guarmiranga