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22/12/2011

Feliz Natal



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Quero me unir a tantas
vozes e desejar também a 
todos que por aqui passam 
FELIZ NATAL, saúde e sempre 
amor!!! Obrigada pela presença!!!
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15/11/2011

Mundo invisível


Música em minha varanda, vida linda!
Fotografia: Marli Reis
*

Mundo invisível


Quando escutava as folhas
ao vento...
E o sabão feito bolha
subindo ao céu
e rindo de mim,
criança sem jeito
de brincar -
já que brincar
ficou na memória 
de quem escreve
nas linhas firmes
do passado -
via o presente
trazer o aroma
das manhãs de flores
em botão.
Tão verde suas folhas!
Caiam
formando um tapete
desses que ninguém
quer pisar.
E depois de tudo
apenas escutava as folhas
ao vento...



***

30/10/2011

Ensejo


 Música em minha varanda
Fotografia: Marli Reis


***

 Ensejo 

Entre divisas de alegria
e silêncio
prefiro aguardar o trem
da madrugada,
e já não sem ânimo
encontro os anseios
saltitando,
e sente-se
o lampejo da situação
do abraço fraterno.

Movimentos devagar,
de vagar.

***

12/10/2011

Luminoso

Ao entardecer
Fotografia: Marli Reis


***

 Luminoso

 Tua presença amiga
não confunde,
é como a claridade
do sol
que mostra os cantinhos 
ainda ensombrados
do coração
e já não sou eu
do passado,
lanço-me no céu
desta aurora
sem sombras,
e o teu pensar
clareia esse tempo
que já é nosso,
e graças e gratidão
se confundem.

                         Para Cleo
***
*

06/10/2011

Poesia é assim

Em minha varanda
Fotografia: Marli Reis


***

Poesia é assim,
chega em sua varanda
ou seu jardim.
Canta, salta
e gosta de você.
E você fica mudo
por pouco tempo
porque sua alma 
canta, salta
no mesmo ritmo
deste que visita
e salta e canta...
 
***

19/09/2011

Canção da América


Canção da América

Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
com seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
com a lembrança que o outro cantou.
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância, digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Pois, seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar. 


Milton do Carmo Nascimento (Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1942) é um cantor e compositor brasileiro, reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos cantores e compositores da Música Popular Brasileira.[1]
Mineiro de coração, tornou-se conhecido nacionalmente, quando a canção "Travessia", composta por ele e Fernando Brant, ocupou a segunda posição no Festival Internacional da Canção, de 1967.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

31/08/2011

Telha de Vidro

Rachel de Queiroz

 

***

Telha de Vidro



Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda,
na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...

A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...

Agora,
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que — coitados — tão velhos
só hoje é que conhecem a luz do dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.

Que linda camarinha! Era tão feia!
— Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você não experimenta?
A moça foi tão bem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!


***

Rachel de Queiroz[1] (Fortaleza, 17 de novembro de 1910Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2003) foi uma tradutora, romancista, escritora, jornalista e importante dramaturga brasileira.
Autora de destaque na ficção social nordestina. Foi primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher galardoada com o Prêmio Camões, equivalente ao Nobel, na língua portuguesa. Ingressou na Academia Cearense de Letras no dia 15 de agosto de 1994 na ocasião do centenário da instituição.

Origem: Wikipédia

25/08/2011

Cecília Meireles

 ***


Se você errou

Se você errou, peça desculpas...


É difícil perdoar?

Mas quem disse que é fácil se arrepender?

Se você sente algo diga...


É difícil se abrir?

Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?

Se alguém reclama de você, ouça...


É difícil ouvir certas coisas?

Mas quem disse que é fácil ouvir você?

Se alguém te ama, ame-o...


É difícil entregar-se?

Mas quem disse que é fácil ser feliz?

Nem tudo é fácil na vida...

Mas, com certeza, nada é impossível...




 ....................................................................................................................................................................

Cecília Benevides de Carvalho Meireles[1] (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada umas das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

Órfã de pai e de mãe, Cecília foi criada por sua avó portuguesa, D. Jacinta Garcia Benevides. Aos nove anos, ela começou a escrever poesia. Frequentou a Escola Normal no Rio de Janeiro, entre os anos de 1913 e 1916. Como professora, estudou línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional.
Em 1919, aos dezoito anos de idade, Cecília Meireles publicou seu primeiro livro de poesias, Espectro, um conjunto de sonetos simbolistas. Embora vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.

Origem: Wikipédia


***

12/08/2011

Pensamento poético

Bem delicado
Fotografia: Marli Reis
***


Um pensamento poético de Rudolf Steiner...


Tu mesmo, homem cognitivo, emotivo, volitivo, és o enigma do mundo.
o que ele oculta,
em ti se revela, torna-se
luz em teu espírito,
calor em tua alma
e a força de teu respirar.
Ela une a natureza de teu corpo
a mundos da alma,
a reinos de espírito.
ela te conduz à matéria
para que te encontres humanamente;
ela te conduz ao espírito
para que não te percas espiritualmente.

(Livro: Poemas, Pensamentos - Reflexões para o nosso tempo, coletânia organizada por Herwig Haetinger, 2ª ed, 1998)

***
Sobre Rudolf Steiner: Kraljevec, fronteira austro-húngara, 27 de feveiro de 1861 — Dornach, Suíça, 30 de março de 1925 ) foi filósofo, educador, artista e esoterista. Foi fundador da Antroposofia, da Pedagogia Waldorf, da agricultura biodinâmica, da medicina antroposófica e da Euritimia.
(Fonte:WIKIPÉDIA - a enciclopedia livre)


***

29/07/2011


"Quando o sol entra"
Fotografia: Marli Reis

 ***

Outros contextos...


OBRA POÉTICA:

As Duas Flores

Castro Alves

São duas flores unidas,
são duas rosas nascidas
talvez no mesmo arrebol,
vivendo no mesmo galho,
da mesma gota de orvalho,
do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas,
das duas asas pequenas
de um passarinho do céu...
como um casal de rolinhas,
como a tribo de andorinhas,
da tarde no frouxo véu.
Unidas, bem como os prantos,
que em parelha descem tantos
das profundezas do olhar...
como o suspiro e o desgosto,
como as covinhas do rosto,
como as estrelas do mar.
Unidas... Ai! Quem pudera
numa eterna primavera
viver, qual vive esta flor:
juntar as rosas da vida
na rama verde e florida,
na verde rama do amor!
"Antônio Castro Alves - Um dos maiores poetas braileiros, nasceu em Curralinho, Estado da Bahia, a 14 de março de 1847 e morreu a 6 de julho de 1871, (...) genial poeta romântico do Brasil." (Fonte: Livro de Maximiano A. Gonçalves, Língua Pátria, 31ª ed, 1965)

***

15/07/2011

Traçado

 "Eu vi"
Fotografia: Marli Reis

***
Estimados participantes deste site, e visitantes anônimos, estarei postando alguns poemas de autores bem conhecidos e outros talvez nem tanto, poemas que me seguem por esta silenciosa encruzilhada da vida para que possam tecer considerações, se assim desejarem, tanto no âmbito apenas dos pensamentos, ou escrita, ou até mesmo contibuindo com poemas que gostariam de deixar aqui, entre nós. Portanto, além das minhas postagens, a partir de agora, e por algum tempo, compartilharei alguns autores, iniciarei por Carlos Drummond de Andrade. Boa leitura!

***



Traçado


Dei dois passos
de esperança
na noite
do dia
que foi longo...

Parecia
eterno
no limite
das horas.

Era para ser
tua mão
acenando 
para o menino.

Não está tão longe,
tem formiga
carregando a pétala
sem se importar
com os riscos.

Por Marli Reis


***   


Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

                             Carlos Drummond de Andrade 





***


06/07/2011

Canto

Flor do Maracujá
Fotografia: Marli Reis

***

Canto


Encontros 
e o quase
não reconhecimento
da verdade
universal.


Um olhar profundo
encoberto de sol,
palavras contidas
num gesto
de quem sabe o que quer.


A pele desliza
sobre o acaso...


***

17/06/2011

Longe

 Entre cores
Fotografia: Marli Reis


***

Longe


Pudesse mirar 
o teu interior
o que veria?
Brasas... E o vento
balançando...
O que criou
ainda tremula
a chama, calado.
Crepúsculo no infinito,
estrelas piscando
e o planeta
que imaginou movimento
deixa marcas.



***

11/06/2011

Gomo

Tomate Cereja, plantado e colhido por mim.
Fotografia: Marli Reis


***

Gomo


Já o tempo corre
solto
num descompasso
de gente,
amiúde conversar
sem convencer,
só florescer
nesse jardim
as lindas rosas
brancas.
A consciência rindo
de mim
e eu a brincar
com esse perfume
espalhado
nas manhãs de sol
nas pétalas
em botão.

***

06/06/2011

Revelação

 
 
***
 
Revelação
 
Calar tua imagem
doce e serena,
e falar teu pensamento
resguardado em camadas.

Que infinito
e mais além
esperar que se pudesse!

Sem aprontar
o altar,
sem demoras no espelho
já sem idas.

***

22/05/2011

Em par

 Fogueira de São João
Fotografia: Marli Reis

***

Em par

Esta história de amor 
começa onde os enigmas
terminam,
onde as plantas dormem,
onde os ninhos nascem,
onde a casca rompe,
onde os frutos caem.

Já chegada a hora
de subir os morros,
de correr na relva,
de dançar na chuva,
de colher as flores,
ver crescer o trigo
e se transformar 
em pão.
Depois um jantar
na tua mesa,
depois um agrado
para teu bem.

***

08/05/2011

Na rua

"Estacionamento" em Juazeiro do Norte/CE
Fotografia: Marli Reis


***

Na rua


Essa dança
não envolve
teus passos
largos
por outras
estradas.

Nem sei se
o que guardas
tem algum valor,
pois se não tem
repensas!
Estou com sono e
vou dormir.

Amanhã vejo
as roupas 
que te apertam 
os pés.

***

02/04/2011

Frutos verdes

 Outro foco
Fotografia: Marli Reis

***

Frutos verdes


Encerram-se os novelos de lã,
erguem-se as taças líquidas.

O fio do dia vai longe
e solta as amarras
do passado em nós
de cimento e brisa.

Cai a muralha reluzente
 do teu ombro
e a tua leveza
é consumida
pelo lucro das goiabas
em flor.

***

07/03/2011

Semelhante

 "O que se encontra num Jardim"
Fotografia: Marli Reis


***

Semelhante


Olha, existe mais
do que o aparente
modelado pelo corpo
tão denso!

Escuta, a água
na fonte
goteja,
límpida,
silenciosa,
pelas barragens
sedentas e protegidas
por suas pedras
atiradas no eterno,
lá num tempo
em que tua inocência
crescia,
e exigia um pouco
de solidão.
Agora é análoga
em par.

***

11/02/2011

Entre sair e chegar

Em Fortaleza/CE
Fotografia: Marli Reis


***


Cintilante


Às vezes acho graça
nesse jeito de amar.

Às vezes fico em silêncio
por não achar graça
na recusa dos erros.

Outras vezes mantenho
distância
entre o teu e o meu
saber cambaleante.

Muitas vezes a alegria
rompe as escadas,
abre a porta,
encontra a janela
aberta, despercebida,
e não tem jeito,
às vezes acho graça...


***

06/02/2011

Já disse...

 
  Clima de serra (Guaramiranga)
Fotografia: Marli Reis
 
***
 
Princípio


Corre,
enquanto o trigo
balança suave
nos galhos,
movimentos ondulados
pelo vento
e brisa...
E claridade!
Tudo enternecendo
o que há nos olhos
por entre o eterno
que guarda 
a imagem.

Corre,
encontra a chave
que abre a razão
desgarrada das lágrimas.

Corre,
encontra o que 
se dispersou
e junta novamente
em novo modelo.

Corre,
enquanto o dia
passa gastando
os sabores
da plenitude,
do momento,
na presença
da voz
que canta!
Que alegra!
Que ama!

Corre,
mas vem devagar
quando anoitecer.

***